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ETERNO ENAMORADO

ETERNO ENAMORADO

29
Jan05

Poema

Lumife
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.


Poema


É a noite escura de amargura


Poema


É a luz que brilha lá no céu


Poema


É ter saudade de alguém


Que a gente quer e que não vem


Poema


É o cantar de um passarinho


Que vive ao léu, perdeu seu ninho


É a esperança de o encontrar


Poema


É a solidão da madrugada


É um ébrio triste na calçada


Querendo a lua namorar


Poema


É tristeza, é alegria


É o romper de um novo dia


É a dor cruel de uma paixão


Poema


É um poeta apaixonado


A escrever desesperado


O que lhe vai no coração.


.

(Fernando Dias)

27
Jan05

Se minhas mãos pudessem desfolhar

Lumife
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.

Eu pronuncio teu nome


nas noites escuras,


quando vêm os astros


beber na lua


e dormem nas ramagens


das frondes ocultas.


E eu me sinto oco


de paixão e de música.


Louco relógio que canta


mortas horas antigas.


.



Eu pronuncio teu nome,


nesta noite escura,


e teu nome me soa


mais distante que nunca.


Mais distante que todas as estrelas


e mais dolente que a mansa chuva.


.



Amar-te-ei como então


alguma vez? Que culpa


tem meu coração?


Se a névoa se esfuma,


que outra paixão me espera?


Será tranqüila e pura?


Se meus dedos pudessem


desfolhar a lua!!



.

(Frederico Garcia Lorca)

24
Jan05

Meu prazer maior...

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.

Meu prazer maior



será no dia em que eu conseguir



o teu corpo todo despir,



bem devagar e com todo carinho,



pra demonstrar o meu jeitinho de te querer.



.



Meu prazer maior



será na hora em que eu aprender,



tuas fraquezas gostosas,



ainda misteriosas,



que pouco a pouco



me vais permitir conhecer.



.



Meu prazer maior



será no momento em



que você se entregar



para que no teu prazer



eu possa mergulhar,



e nele, da maneira mais gulosa,



eu consiga te enlouquecer.



22
Jan05

Poema LXVI - Pablo Neruda

Lumife
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.


Não te quero senão porque te quero

e de querer-te a não querer-te chego

e de esperar-te quando não te espero

passa meu coração do frio ao fogo.

.

Te quero só porque a ti te quero,

te odeio sem fim, e odiando-te te rogo,

e a medida de meu amor viageiro

é não ver-te e amar-te como um cego.

.

Talvez consumirá a luz de janeiro,

seu raio cruel, meu coração inteiro,

roubando-me a chave do sossego.

.

Nesta história só eu morro

e morrerei de amor porque te quero,

porque te quero, amor, a sangue e fogo.

19
Jan05

Brinde

Lumife
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.


Reconheço o som da noite


Ouço as músicas das estrelas


E roubo a luz da lua


.


Mergulho em meu delírio


Imagino o canto que traz o mar


Sinto de tuas mãos o carinho


Do teu beijo o valor



e do teu corpo o desejo


.


Meu Amor que agora se fez parte


Desse tempo, dessa trama...


.


Brindo a vida


Brindo esse tempo


Brindo a eternidade


Brindo o verbo amar


Que agora conjugo


17
Jan05

"Poema para a Mulher que passou" ...

Lumife
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.


Quando ela passou por mim, indiferente

e distraída,

surpreendi-me a pensar, sem querer, de repente

em minha vida ...


.

Fiquei a imaginar que se lhe acompanhasse

os passos,

num lindo dia como o de hoje,

cheio de sugestões para os nossos desejos,

- talvez ela acabasse por me olhar, sorrindo,

e mais tarde talvez me desse as suas mãos,

e algum dia ficasse abrigada em meus braços

e quisesse os meus beijos...


.

Se eu a seguisse, ela que nunca me viu,

e passou distraída

como se eu nem a visse,

se eu a seguisse

pela rua

em meio a tanta gente,

- talvez se transformasse toda a minha vida,

e ao encontro da sua,

minha estrada tomasse um rumo diferente...


.

No entanto ela se foi... E enquanto eu me deixava

a pensar,

quem sabe se não levou a metade dessa alma

que seria talvez a única metade

capaz de me completar?


.

Naquele segundo, - pressentimento estranho,

intuição fugaz,

- quis correr, ir buscá-la...

Corri! ... Fui procurá-la

e era tarde demais...


.

Acaso já pensaste, na grandeza trágica desse segundo

irremediavelmente perdido?

Quem há de nos dizer se ele encerrava um mundo,

esse mundo por nós sonhado há tanto tempo

e há tanto tempo esperado

e querido?


.

Quem há de nos dizer algum dia, se ele era

a única oportunidade,

que o Destino avarento e impiedoso nos dera

para a felicidade?


.

Ninguém! ... E ele passou!... Pensa um momento na

grandeza

desse segundo atroz,

e terás a intuição dolorosa, a certeza

de que é precisamente num segundo desses

que a felicidade

passa por nós!


.

Queres correr, é em vão !

Hoje estou certo

que nessa angústia eterna ficarás talvez,

- porque a felicidade que passou tão perto

da tua mão

só passa uma vez !


.

(Poema de JG de Araujo Jorge extraído
do livro " AMO ! " 1a edição 1938 )

15
Jan05

Despertando Sensações ...

Lumife
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.

Ah, que coisas boas, que delícias,


termos a chance destas conversas,


sua voz, em meus ouvidos, carícias,


despertando sensações tão diversas.


Do peito à boca, coração saltando,


emoções, vertendo, incontroláveis,


de um lado a outro, ambos amando,


trocando prazeres, inigualáveis!


Doces recordações, entrelaçadas,


dando asas à nossa imaginação,


mesclando estas imagens amadas,


aos fortes desígnios do coração.


Mais uma vez, braços estendidos,


um do outro, em infinita busca,


envoltos em sentimentos queridos,


e nesta luz, que às outras ofusca.


Carinhos, doces ondas, embalando,


acolhendo, nossos corpos, calor,


neste dar e receber, vamos remando,



até chegar ao paraíso deste amor.


13
Jan05

A Margem da Alegria (Excerto)

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.

(...)Amor que faz falar mesmo o silêncio

que abra na manhã um espaço para o sol

hégira talvez esse loureiro talvez laura

vinte e um anos de amor vinte e um anos de silêncio

amor apenas amor nada quase nada

concebido e nascido numa terra de exilio

amor nocturno de árvores e fontes

palavra aprendizagem do silêncio

sei o teu nome sei tudo de ti

Não vi vir o verão mas ele veio

veio num tronco de mulher que não vi vir mas veio(...)


.

(Ruy Belo)


08
Jan05

Regresso ao lar

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.

Ai, há quantos anos que eu parti chorando

Deste meu saudoso, carinhoso lar!...

Foi há vinte?... Há trinta? Nem eu sei já quando!...

Minha velha ama, que me estás fitando,

Canta-me cantigas para me lembrar!

.

Dei a Volta ao mundo, dei a volta à Vida...

Só achei enganos, decepções, pesar...

Oh! A ingénua alma tão desiludida!...

Minha velha ama, com a voz dorida,

Canta-me cantigas de me adormentar!...

.

Trago d'amargura o coração desfeito...

Vê que fundas mágoas no embaciado olhar!

Nunca eu saira do meu ninho estreito!...

Minha velha ama que me deste o peito,

Canta-me cantigas para me embalar!

.

Pôs-me Deus outrora no frouxel do ninho

Pedrarias d'astros, gemas de luar...

Tudo me roubaram, vê, pelo caminho!...

Minha velha ama, sou um pobrezinho...

Canta-me cantigas de fazer chorar!

.

Como antigamente, no regaço amado,

(Venho morto, morto!...) deixa-me deitar!

Ai, o teu menino como está mudado!

Minha velha ama, como está mudado!

Canta-lhe cantigas de dormir, sonhar!...

.

Canta-me cantigas, manso, muito manso...

Tristes, muito tristes, como à noite o mar...

Canta-me cantigas para ver se alcanço

Que a minh'alma tenha paz, descanso,

Quando a Morte, em breve, me vier buscar!...


.

(Guerra Junqueiro)

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