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ETERNO ENAMORADO

ETERNO ENAMORADO

23
Jul05

Saudade

Lumife
poema_para_uma_saudade.jpg

Saudade, de novo e agora.

Saudade, afinal, quem és tu?

O que desejas de mim?

Saudade, eu te conheço.

Já te peguei em flagrante,

quando ela bem distante,
deixou-me contigo a chorar.

E pude então aprender.

E posso agora ensinar.

A saudade é a dor da partida;

o querer sofrido; o choro, o gemido

de um desejo reprimido.


Saudade tem nome e tem cheiro.

Perfume e calor ardente.

Guardados na nossa mente.


Com saudade, não se vive.
Quando muito, pela metade.

Saudade é o calar sufocante.

É o próprio desencanto.

É a vontade de morrer.

Envolto em boas lembranças.

Saudade é a dor presumida.

É ferida que não sara.

Sem a presença devida.


Saudade é solitária.

Um nó seco na garganta.

Saudade, não adianta.

É como a seca do nordeste.

A gente convive com ela,

torcendo pra que a chuva,

volte logo e nos alegre.

Saudade é planta aguada,

que nasce dentro da gente.

Regada com choro e lágrima.


Saudade é solidão.


A solidão temperada.

A solidão amargada.

Saudade, ninguém esconde.

Saudade é sempre saudade.

Consola, e desagrada.


Saudade demora muito;

Demora pra ir embora.

Um dia tem mais de ano.

Saudade é dor infinda.

A lembrança de um momento.

A ausência do passado.


Saudade, por fim, não discuto.

Na sabedoria do povo.

É como diz o matuto:

saudade, minha gente,
é vontade de ver de novo.


(Domingos Oliveira Medeiros)









































20
Jul05

Pensamentos

Lumife
pensamento00089.jpg

Com muita cor

Encontrei-te!

— Minha estrela caída!


Meu amor:

Por que me deste, esta vida?


Quando vieste

Com teu amor

Comecei a voar...


Minha vivência tomou cor

Rumei ao infinito!



Tempos de calor!

Minh´alma chegara a divagar...


Senti teu calor intenso!

Perdi-me...
Único grito!

Depois...

Abandono...

Dor...

Comecei a chorar!...


Nesta dor,

Perdi-me neste túnel

Neste tempo...


Sinto o calor,

Deste céu nevoento!...


Ah! Esta negra cor...

Este pranto crescente!...

Foste embora!
Levaste meus segredos;

Agora...

Somente dor!...

Intermináveis medos!...


Este calor

Sem cor

Que dor crescente!...


(Machado de Carlos)






















19
Jul05

Poetas!...

Lumife
menu_img1.jpg


Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.


Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!


Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas


E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma pra sentir
A dos poetas também! "

10
Jul05

A Flor do Sonho !!...

Lumife
molduraseucoracao.gif


A Flor do Sonho, alvíssima, divina,
Miraculosamente abriu em mim,
Como se uma magnólia de cetim
Fosse florir num muro todo em ruína.

*

Prende em meu seio a haste branda e fina
e não posso entender como é que, enfim,
Essa tão rara flor abriu assim!...
Milagre...fantasia...ou, talvez sina...

*

Ó flor que em mim nasceste sem abrolhos,
Que tem que sejam tristes os meus olhos
Se eles são tristes pelo amor de ti?!...

*

Desde que em mim nasceste em noite calma,
Voou ao longe a asa da minh'alma
E nunca, nunca mais eu me entendi...

*

magnolia.jpg



(Florbela Espanca)











08
Jul05

Meu coração tardou

Lumife
passion1.jpg


Meu coração tardou. Meu coração
Talvez se houvesse amor nunca tardasse;
Mas, visto que, se o houve, houve em vão,
Tanto faz que o amor houvesse ou não. Tardou.
Antes, de inútil, acabasse.

*

Meu coração postiço e contrafeito
Finge-se meu. Se o amor o houvesse tido,
Talvez, num rasgo natural de eleito,
Seu próprio ser do nada houvesse feito,
E a sua própria essência conseguido.

*

Mas não. Nunca nem eu nem coração
Fomos mais que um vestígio de passagem
Entre um anseio vão e um sonho vão.
Parceiros em prestidigitação,
Caímos ambos pelo alçapão.
Foi esta a nossa vida e a nossa viagem.


*

(Fernando Pessoa)














05
Jul05

Oceano

Lumife
steamy_pool.jpg


Assim que o dia amanheceu
lá no mar alto da paixão
dava pra ver o tempo ruir
cadê você? Que solidão! Esquecera de mim?

*

Enfim, de tudo o que há na terra
não há nada em lugar nenhum
que vá crescer sem você chegar
longe de ti tudo parou
ninguém sabe o que eu sofri

*

Amar é um deserto e seus temores
vida que vai na sela destas dores
não sabe voltarme dá seu calor

*

Vem me fazer feliz porque eu te amo
você deságua em mim e eu oceano
e esqueço que amar é quase uma dor

*

Só sei viver se for por você

(Caetano Veloso)(Letra: Djavan)












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